domingo, 20 de abril de 2008

TEST DRIVE - Sim aos cosméticos


Quando a minha filha veio com uma história de que eu precisava me cuidar mais, passar uns cremes no rosto e prestar atenção nas rugas, eu logo pensei: “Essa menina, no mínimo, enlouqueceu”. E explico porquê tal pensamento: eu, corretor imobiliário do mercado de luxo, 52 anos, com cara de 30 e corpinho de... bom, acho que me encaixo melhor num 'corpão' de 49, ainda faço muito sucesso. E o que são algumas rugas? Isso só demonstra que tenho experiência de vida. Já a barriga, posso justificar pelo roteiro gastronômico que freqüento, afinal, boa comida nunca se deve recusar. Mas sabe como é mulher, bate o pé, faz cara feia e fica buzinando até a gente aceitar.

Segunda-feira

No acordo, eu experimentaria dois produtos para o rosto por uma semana. “Primeiro o esfoliante e depois o hidratante facial, não vai esquecer”, repetiu ela dezenas de vezes. Claro que não esqueceria. Tomei meu banho, saí do chuveiro, fiquei diante do espelho e antes de encarar o dito cujo pensei, “mas qual a quantidade de gel que eu passo?”. Isso ela não falou! Mas não perguntaria para a menina, era capaz de ela rir da minha cara e nem responder. Quanto mais, melhor, não é? Portanto estendi a mão e enchi do gel com aqueles grãos parecidos com areia e passei no rosto com toda 'delicadeza' que ela me pediu. “Pai, esses cristais servem para remover as células mortas”, pois é, mas não foram só as mortas que saíram com aquele esfrega-esfrega, as vivas também entraram na dança. Terminei aquela 'adorável' experiência com o rosto vermelho e ardendo. Depois jantei com uns amigos do futebol e nada mais. Fui lembrar da porcaria do “hidratante que controla a oleosidade da pele”, como ela explicou, só depois que voltei pra casa. Assim que cheguei em casa, passei, o que acabou sendo bom, porque o meu rosto estava bem ressecado. Acho que usei um pouco demais, porque ficou meio melecado, mas a intenção era compensar o tempo perdido. Pelo jeito não deu muito certo.

Quarta-feira

De manhã ela me liga. “E aí pai, correu tudo bem? Não esqueceu de passar o esfoliante e depois o hidratante?”, e eu, “claro que não, fiz tudo como você pediu”. Desliguei e caminhei até o banheiro, a minha sabatina estava prestes a começar. Tomei banho, saí do chuveiro, fiquei diante do espelho e antes de encarar o dito cujo me preparei: coloquei uma quantidade de esfoliante que cobriu apenas dois dedos, espalhei um pouco na outra mão e, de lá, para o rosto. Esfreguei com menos empolgação e enxagüei. Esquecendo o fato que encharquei o banheiro inteiro lavando o rosto para tirar o esfoliante, correu tudo bem. Não ardeu, não fiquei em carne viva, o rosto parecia mais limpo e desta vez lembrei do hidratante. Passei em menor quantidade que da primeira vez, mas aproveitei para colocar um pouco na mão e nos braços, afinal o creme era cheiroso. Ontem a minha secretária até perguntou que perfume eu estava usando, e claro que respondi, "nenhum, esse sou eu mesmo!"

Sexta-feira

Dono de uma pele que parecia bunda de bebê, no último dia do acordo fiquei com uma dúvida. Não sabia se dava o braço a torcer à minha filha, confessando que as secretárias de todos os andares jaziam suas mãos em meu rosto com o mesmo comentário “nossa, que pele macia” e perguntaria onde se arranja mais daqueles produtos, ou se fingiria que não teve diferença alguma, que estava feliz e bonito igualmente -- correndo o risco de nunca encontrar o esfoliante e o creme (que tirou aquele brilho da minha testa). Depois de tomar banho, sair do chuveiro e ter usufruído o dito cujo, toca a campainha. Claro que era a minha filha na porta, esperando para ver com os próprios olhos o resultado da façanha. “Pai, você está lindo! Que pele é essa? Agora admite que eu tinha razão". O que eu poderia responder? “Filha, admito que eu gostei do creme e do esfoliante, acho que vou aderir à moda, mas você também precisa concordar que o modelo ajuda”.
Publicado na Revista Sênior/ TCC (Fiam) edição de dezembro

AGITO TOTAL

Carga Máxima

O Power Mix, programa que mescla exercícios de resistência localizada e treinos cardiovasculares, é a novidade que está dando o que falar na Activa Pinheiros. O treinamento desenvolvido pela Fit Pro trabalha todos os músculos do corpo em uma aula de 1 hora, e chega a queimar até impressionantes mil calorias! O segredo está na estrutura dos treinos que favorece o fortalecimento e definição muscular e a diminuição daquelas indesejáveis gordurinhas. Outra diferença está na utilização de barras e anilhas durante as aulas para intensificar o trabalho localizado. Cida Conti, criadora do programa afirma que “é possível observar os resultados em dois meses de prática regular da atividade”.

Força de atleta

O tão falado treinamento funcional finalmente deixou de ser um privilégio de esportistas profissionais para invadir as academias. A novidade, agora, tomou conta da Clínica Movimento Corporal que faz uso da criatividade para tornar as aulas mais atrativas, sem deixar de conseguir os resultados esperados. O treinamento funcional trabalha força muscular com movimentos específicos e utiliza uma infinidade de objetos para auxiliar a prática, entre eles bolas de tênis e futebol americano, bastões, pranchas, rolos e elásticos. O professor da Clínica, Fernando Millaré, lembra que o treinamento é baseado na retomada do equilíbrio corporal, e por isso é interessante fazer o aluno interagir com um objeto diferente. As aulas têm duração de 1 hora e deve ser conciliada com treinamento aeróbico.

Flexibilidade máxima

Para quem acha que alongamento é sempre a mesma coisa, a Competition prova o contrário. A academia é a primeira do Brasil a trazer o Flexability, da Technogym, formado por dois aparelhos voltados para o alongamento e aumento da flexibilidade, perfeito para fazer depois do término da sua série de musculação. O objetivo é alongar e relaxar os músculos que sofrem maior pressão durante o dia, principalmente para as pessoas que passam muito tempo em pé ou sentadas na frente do computador. Os aparelhos ajudam a alongar as partes posterior e anterior da coxa, glúteos, lombar e peitoral. Com o uso freqüente do Flexability, você também melhora o desempenho nos treinos de musculação e cardiovasculares, além de criar consciência corporal, evitando lesões por causa da má postura.

Pronta para o combate

Você pode até achar estranho, mas optar por uma luta na hora de malhar faz um bem danado! E na hora de escolher, Kung Fu é uma ótima idéia. A rotina dos treinos, além de queimar calorias e tonificar os músculos, ainda libera todo o estresse acumulado durante o dia. Apesar de ser um tipo de luta, o Kung Fu não oferece riscos à saúde de ninguém. E com prova disso, cada vez mais mulheres procuram o esporte para conseguir autocontrole e se ver livre das pressões cotidianas. O que melhora ainda mais esse cenário é o corpo que você vai conseguir após cerca de três meses de prática, já que uma aula de Kung Fu pode queimar até 500 calorias.
Publicado na Boa Forma/ edição de abril

A CÉU ABERTO

Pedal das Estações percorre São Paulo

Para os ciclistas de plantão, o Sampa Bikers está com um circuito que promete fazer qualquer um se apaixonar por essa paulicéia desvairada. O Pedal de Outono reunirá até 100 pessoas dia 30 de março para percorrer pontos históricos de São Paulo. O roteiro é ideal para quem está acostumado a pedalar trechos com subida e em torno de 20 km. A saída será do Shopping West Plaza, às 10h, e de lá seguirá para o Minhocão, Estação Julio Prestes e Luz, Teatro Municipal, entre outros. Depois de quatro horas com a sua magrela, além de enxergar a cidade com outros olhos, o passeio é um exercício e tanto, podendo queimar até 2.000 calorias. As inscrições começam dia 20 de março e custam 20 reais, e você também ganha uma camiseta (de uso obrigatório no dia do circuito) e um squeeze. Anote as datas dos próximos passeios: pedal de inverno no dia 8 de junho e de primavera, dia 28 de setembro.


Animação outdoor

Passar um final de semana afastada dos grandes centros pode significar muito mais que escapar da correria e estresse do dia-a-dia. E é isso que o Hotel Estância Barra Bonita pretende ao oferecer um ambiente descontraído e repleto de atividades ao ar livre para os hóspedes. Localizado na cidade de Barra Bonita, o lugar é uma ótima alternativa para quem quer curtir com a família e amigos dias de diversão com um visual de tirar o fôlego. Além de oferecer um espaço de 450 mil m² completamente arborizado, quadras, um parque aquático e diferentes atividades comandadas por monitores pra lá de animados, o hotel organiza passeios de barco pelo rio Tietê, em trechos onde ele é navegável, e por incrível que pareça, com águas limpas e cristalinas.


Um yoga inesquecível

Quem já fez uma aula de yoga sabe: a prática coloca seu corpo e mente em sintonia, os harmonizando de tal forma que o relaxamento se torna uma agradável conseqüência. E para melhorar ainda mais, o que você acha de fazer essa aula em um gramado macio, escutando um barulhinho de água correndo e se sentir ainda mais leve ao respirar ar puro? Pois é, o Ibiquá Eco Resort, localizado na cidade de Avaré, colocou tudo isso em prática para você não ter que se preocupar com mais nada além de curtir esse momento. As aulas de yoga, com 2 horas de duração, estão inclusas na diária e não têm restrição alguma. Muito pelo contrário, você só tem a ganhar quando perceber que está fazendo uma saudação ao sol em pleno pôr-do-sol.


Publicado na Boa Forma/ edição de abril

REMANDO PELA VIDA


A bordo de um caiaque, Eugênio Manzini enfrentou o câncer e de quebra mais 12.500 km o esperam na costa brasileira

Enquanto passou dois anos em tratamento contra o câncer, o professor de educação física, Eugênio Manzini, 48 anos, tinha na cabeça apenas uma coisa: o projeto Remando pela vida – vencendo o câncer. Nele, Eugênio remaria pela costa brasileira a bordo de um caiaque para mostrar que além de vencer a doença também superaria um desafio e tanto no mar.

Aventura & Ação:Quando descobriu que tinha câncer e quanto tempo teve que ficar em tratamento?
Eugênio Manzini: Eu descobri que tinha câncer em outubro de 2004. O tumor foi encontrado no pescoço, porém os médicos ainda não sabem como ele apareceu, por isso a cada seis meses preciso fazer exames para checar se está tudo bem. Com relação ao tratamento, a quimioterapia durou sete meses e também fiz 35 seções de radioterapia.

A&A: Por que você escolheu o remo para fazer esse projeto?

E.M: Eu sou professor de educação física e sempre estive muito ligado ao mergulho e natação. Antes do câncer eu nunca tinha feito remo, mas o escolhi porque é a atividade aquática que exige mais esforço físico. E para me superar no esporte, como me superei na luta pela vida, precisava de uma atividade que realmente pedisse muito de mim.

A&A: Quando surgiu a idéia de remar como forma de superação ao câncer?
E.M: Todas as sextas-feiras eu ficava cerca de 5 horas nas seções de quimioterapia e para não desistir da vida me apeguei a essa idéia de remar pela costa brasileira quando tivesse superado a doença. Dessa forma eu também incentivava as pessoas que faziam quimioterapia comigo, elas viam que a doença não era ligada somente com a morte, mas com a superação, com a vida e no meu caso, com o mar.

A&A: Você remou o tempo todo sozinho, em algum momento achou que não iria conseguir?
E.M: Fazer esse trajeto sozinho foi mais complicado porque eu não contava com o apoio de ninguém enquanto estava no mar. Mas mesmo assim, eu nunca tive dúvidas de que conseguiria chegar aonde queria. Isso porque se eu venci o câncer, que não dependia do meu esforço, no remo, que eu só precisava da minha força para chegar, eu tiraria de letra (risos).

A&A: Quais foram as maiores dificuldades do trajeto?
E.M
: Eu tive três pontos muito difíceis nessas duas travessias que fiz até agora. O primeiro foi um temporal que eu peguei saindo da Barra do Una e indo em direção a Bertioga. A chuva estava muito forte e eu errei a entrada de Bertioga, acabei tendo que remar por 12 horas até chegar à praia do Perequê, no Guarujá. O segundo momento foi na travessia do canal entre Cananéia e Iguape que aconteceu um fenômeno raro: a maré de Fizigia. Naquele dia a maré mudou apenas duas vezes e não quatro como de costume. Ou seja, tive de remar contra a correnteza durante quase 11 horas, ao invés das sete que eu tinha previsto. O terceiro foi quando eu perdi uma das mochilas de água no mar, entre Iguape e Peruíbe. A maior complicação é que com a radiação do tratamento contra o câncer eu perdi as glândulas salivares. Nesse trajeto tive que remar por cinco horas sem água doce, sendo que normalmente eu bebo em média um litro por hora.

A&A: E para a próxima travessia, no Rio Grande do Sul, você já sabe quais serão os momentos críticos que o esperam?
E.M:
Já previ os principais que serão: corrente de água gelada que vem da antártica, um trecho de 130 quilômetros de mar aberto sem águas calmas ou abrigos e o trajeto que está na rota de navios dos portos perto de Santa Catarina.

A&A: Me fala um pouco sobre o barco, você o escolheu pelo nome?
E.M:
Não tenha dúvidas, escolhi o caiaque que chama VENCEDOR para que fosse vitorioso comigo. A cor dele também é proposital. Vermelho é a cor do câncer e branco é pela paz. O barco é um Sky Rider extremamente instável, porém muito veloz. Ele tem apenas 52 centímetros de largura e quase 6 metros de altura.

A&A: Quantos quilômetros você remou no total?
E.M:
Por enquanto eu remei 641 quilômetros, porém o projeto de remar a costa brasileira tem 12.500 quilômetros.

A&A: Como estão os preparativos para 2008?
E.M:
Eu estou com alguns problemas de logística. Para remar o sul e sudeste foi mais fácil, pois podia levar o caiaque no meu carro. Mas para o restante do Brasil, ainda estou vendo como conseguirei transportar o barco. Fora isso todas as rotas já foram estudadas e pretendo terminar o projeto em maio de 2009.

A&A: Como é essa experiência para você?
E.M:
Remar para mostrar que consegui vencer o câncer me deu ainda mais força. O mais legal é que por todos os lugares que eu passei, seja em praias nobres como no litoral norte de São Paulo ou perto de vilas de pescadores no litoral próximo do Paraná, muita gente se animava em me ver remando e vencendo a doença. Fiquei surpreso quando uma senhora que estava em um iate pediu para tirar uma foto minha para mostrar ao neto, que estava dentro do barco, triste porque estava com câncer. Ou seja, o trajeto que eu estou fazendo tem como objetivo mostrar para as pessoas portadoras da doença que elas também podem vencer o câncer como eu.

Rota escolhida

Até o mês de novembro, Eugênio Manzini concluiu duas etapas do projeto.

- Primeira fase 14 a 21 de abril: Paraty a Santos, em São Paulo – 331 km
- Segunda fase 24 a 28 de outubro: Paranaguá, no Paraná até Peruíbe, em São Paulo – 310 km

Em dezembro ele completará a terceira etapa, finalizando o trecho sul e sudeste do Brasil. A rota desenhada é do Farol de Santa Marta, no Rio Grande do Sul até Guaratuba, no Paraná, entre 22 a 5 de janeiro. Essa etapa terá o total de 655 quilômetros. Durante o ano de 2008 até maio de 2009, Eugênio pretende terminar os 12.500 quilômetros previstos.


Publicado na Aventura e Ação/ edição de janeiro