segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

PAIXÃO DE CINEMA

Luigi e Andréia Baricelli vivem um amor dignor de estrelar as telonas hollywoodianas


Moema se transformou numa cidadezinha londrina, chamada Nothing Hill e o casal Luigi, 35 anos, e Andréia Baricelli, 35 anos, tiveram seus dias de Hugh Grant e Julia Roberts. E definitivamente, a arte imita a vida. O casal da ficção viveu os mesmos dilemas que o da vida real enfrentou...tudo por causa da fama de seus amados.


Em Hollywood, Julia vive o papel de uma atriz perseguida por paparazzis que se apaixona por um pacato dono de livraria. O jovem casal termina o relacionamento diversas vezes por causa da dificuldade de Hugh em se acostumar com a rotina da namorada estrela. Já em São Paulo, Andréia conta que praticamente ignorou as investidas de Luigi por ele ser um ator global e ela imaginar que não agüentaria o assédio.

A história começou em Moema, em 1992, graças a um casal de amigos em comum. Como bons paulistanos, foram jantar em uma pizzaria, e por incrível que pareça os dois não trocaram uma palavra. “Depois de alguns meses fui para o Rio de Janeiro e minha amiga me disse que o Luigi estava interessado em mim, mas nada aconteceu, pois eu acreditava que não teria estrutura para me relacionar com um ator”, lembra Andréia.

O final feliz do cinema se repetiu na vida real. Andréia se rendeu ao charme de Luigi e os dois completaram 14 anos de casados. Mas longe dos contos de fadas, Andréia revela que já passaram pela famosa crise dos sete anos. “Nós não nos entedíamos, foi uma fase difícil, mas, sinceramente, ‘deletamos’! O amadurecimento foi a partir desta fase”, conta.

O resultado dessa união foi o nascimento dos filhos Vittorio e Vincenzo. Hoje, Luigi e Andréia têm um futuro que promete. Ele fez papel de galã na última novela das seis da Rede Globo, O Profeta. E ela está a frente da LB Produções, cuidando dos contatos profissionais do maridão. E para não cair na rotina depois de tanto tempo juntos, são enfáticos: “nunca deixe de namorar! Ir ao cinema, viagem romântica... tudo para não perder o encanto”, diz o casal.

Era para ser - Mônica Martelli e Jerry Marques
A última cena da peça cômica Os homens são de Marte... e é pra lá que eu vou é o começo da vida a dois entre a atriz Mônica Martelli e o produtor Jerry Marques. No teatro, ela interpreta Fernanda, personagem que criou a partir da experiência de passar três anos solteira, e expõe seus casos amorosos que se mostraram verdadeiras roubadas. O primeiro ‘encontro’ dos dois foi um jantar em que Mônica estava rodeada por amigos gays e no auge da solteirice, disse: “eu vou virar gay”. De repente surge Jerry de outra mesa que dispara: “eu sou hétero”! Depois dessa brincadeira nada inocente, Mônica percebeu que tinha encontrado seu grande amor. “Quando a gente se encontrou de novo, dessa vez por querer, meu coração bateu mais forte, deu aquele desespero e eu descobri que era ele, que daquela vez era pra ser”.

Graças a Oxum - Astrid Fontenelle e Marcelo Checon
Ninguém pensa em encontrar o amor da sua vida no congestionamento de São Paulo. Pois a jornalista Astrid Fontenelle e o empresário Marcelo Checon provam que isso acontece. “Eu o conheci no trânsito, estava toda tristinha pedindo à Oxum, a deusa do amor no candomblé, um moço bacana, bonito, que me respeitasse...”, conta Astrid sobre o primeiro encontro há cinco anos. A jornalista, que estreou o programa de variedades Happy Hour no canal GNT, terá que se acostumar com a vida longe de Marcelo. Durante a semana ela fica no Rio para gravar e ele continua trabalhando com a produtora de eventos na capital paulista. Mas segundo Astrid nem sempre a distância atrapalha: “Estou adorando, agora temos tempo para sentir saudades! Voltamos a namorar como se fosse o primeiro mês de namoro”.



Publicado na Moema em Revista / edição de junho

MUITO MAIS QUE UMA RODOVIÁRIA


"Estação Tietê, acesso ao terminal rodoviário Tietê", é assim que anuncia a caixa de som do vagão do metrô. Logo ao entrar na rodoviária, o burburinho é nítido e nem parece uma simples terça-feira. Com a passagem na mão, milhares de pessoas com malas, malotes, mochilas e pacotes perambulam pelo lugar.

A rodoviária do Tietê alcança números impensáveis e se depender deles a estação pode se transformar num shopping, numa rua de comércio popular ou mesmo numa residência familiar. Nesse caso, seria uma casa com custos altíssimos, afinal consome cerca de 9 mil litros de água e um milhão e dez mil metros de papel higiênico por mês. Espalhadas pelos dois pisos estão 74 lojas e quiosques, abrigando desde livrarias e bombonieres a lojas de roupa, tabacaria e fliperama. São oito caixas eletrônicos, agência de correio, dispositivos para carregar celulares e computadores portáteis. Até uma frutaria dá para encontrar, tão desconexa com o lugar que parece uma verdadeira feira-livre.

Existem também opções diferentes para pessoas diferentes. Se você se considera um cliente especial pode desfrutar de carregadores de bagagem que custam de 2 a 6 reais, dependendo do volume que você leva e também do táxi especial. O taxista Valdemar Ribeiro explica essa diferença: “Se você é especial, o preço é mais ainda!”. O valor cobrado é 50% mais caro que do carro comum.

Diferença é coisa que não importa na hora de ir ao banheiro. Que também é pago. Uma ida ao sanitário sai por 1 real e se você precisar de um banho depois de uma viagem cansativa, cinco reais e a toalha e o chuveiro sãos seus.

A madrugada do terminal é cheia. Ele fica aberto 24h por dia e os ônibus continuam saindo. Se precisar passar a noite na rodoviária, de banho tomado e bem alimentado, depois de escolher entre 19 áreas de alimentação diferentes, é preciso ficar em alerta, afirma o funcionário Edmilson Araújo, "um lugar onde tem muita gente, e de todo Brasil, não dá para ser totalmente seguro. Nesse meio, sempre têm pessoas de mal e de bem. Por isso a melhor maneira de não ser assaltado é não dormir".

Pequenos escritórios formam verdadeiros labirintos e fornecem posto de vacinação, serviço social para pessoas que procuram parentes na capital, e o curioso serviço de achados e perdidos. A sala esconde objetos incríveis como mão mecânica, colchão, dentadura, pneu e muitas malas.Usando um jeitinho bem brasileiro, quem estiver de partida pode terminar sua estadia na rodoviária com um cafezinho a gosto do freguês. Ou então, com um bom chopp do restaurante Estação da Gula. Para ficar com a cara do terminal, o lugar colocou a frente da carcaça de um ônibus nos fundos da chopperia.

Publicado no jornal da faculdade FIAM/ edição de 2006

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

FORTALECE O CORPO E ENOBRECE A MENTE

Enquanto a prática das artes marciais define os músculos, a filosofia do esporte trabalha o espírito da garotada

Por ser uma luta, a arte marcial geralmente não é a primeira opção de atividade física escolhida para as crianças. Mas, contrariando a opinião de pais protetores, aulas de caratê, aikido e tae kwo ndo moldam o corpo e a mente dos pequenos. Enquanto queimam calorias e fortalecem os músculos, esses esportes ensinam importantes valores, como disciplina, respeito e humildade. De origem japonesa, essas três lutas têm base na filosofia dos samurais e prezam pela constante dedicação e autodefesa.

CARATÊ SEIWAKAI – Arte das mãos vazias
Apesar de ser a arte marcial de maior contato entre os lutadores, é ideal para as crianças mais agressivas melhorarem o comportamento. A razão é simples: a aula de caratê exige muita disciplina, fazendo o baixinho perceber a cada golpe os limites e o respeito que deve a todos. O treino físico também é bastante trabalhado pela atividade. “A luta une o exercício aeróbico e anaeróbico, funcionando como a junção da caminhada e da musculação. É ótimo para as crianças melhorarem o condicionamento”, explica Ademir da Costa, 46 anos, lutador há 35 e fundador da modalidade de caratê Seiwakai. De acordo com o professor, a criançada pode começar a lutar desde os cinco anos. As turmas são separadas conforme o nível de aprendizado, sem perigo para os pequenos. Para trocar cada uma das seis faixas é necessário passar em um teste que prova a dedicação e a habilidade de cada um.

AIKIDO – Caminho da força interior
A criança hiperativa é um problema dessa nova geração e uma forma de canalizar a energia é a prática do aikido. Os movimentos demonstram técnica, rapidez e, acima de tudo, leveza. Essa combinação de atributos deixa os lutadores mais tranqüilos em comparação a outras lutas. O professor Davi Barabani, 26 anos e lutador há 12, explica os princípios da arte marcial: “O aikido mostra para a criança que ela não precisa ter medo de cair. Isso porque ela se levantará muito rápido, mostrando que não sofreu com o golpe. Mais tarde, isso vai refletir nas atitudes que ela terá com a vida”, diz. O esporte trabalha os músculos do abdômen e das pernas, proporcionando flexibilidade e desenvolvimento da coordenação motora. A luta é ideal para crianças a partir dos sete anos. Existem sete trocas de faixa, que dependem da dedicação ao aikido e do desempenho no tatame.

TAE KWON DO – Caminho dos pés e das mãos
A maior preocupação dos pais quando vão colocar um filho tímido e quieto em uma aula de tae kwon do é a possibilidade de ele se tornar o próprio saco de pancada. Mas, por incrível que pareça, a luta ajuda a criança a crescer moral e fisicamente, fazendo com que fique mais extrovertida. “O tae kwon do ensina a defesa pessoal. Por esse motivo os alunos amadurecem e se tornam mais seguros e conscientes”, conta Marcos Gonçalves, 28 anos e lutador há 19. A luta também pode ser considerada um ótimo exercício físico, pois trabalha toda a musculatura do corpo, desenvolvendo equilíbrio, resistência, concentração e respeito com relação aos colegas e professor. Marcos recomenda a luta para crianças com mais de quatro anos. A troca das dez faixas prova o novo estágio alcançado pelo aluno, que só acontece com muita dedicação e disciplina.

Tira-teima
Esclareça suas dúvidas sobre os benefícios das artes marciais para crianças com Maurício de Sousa Lima, pediatra especializado em medicina esportiva do Hospital das Clínicas.

Quais são os cuidados que a criança deve ter?
O professor precisa estar atento ao limite físico do aluno. Isso varia conforme a idade, o peso, o sexo e a altura. A sobrecarga de exercícios pode causar lesões ou cansaço muscular à criança.

Quais são os benefícios da luta?
A partir do momento em que a criança ingressa nas artes marciais, passa a compreender o sentido de organização e divide melhor o seu tempo. O contato com a atividade física regular também estimula a elaboração de uma dieta mais saudável, além de prevenir doenças ligadas ao coração, distúrbios de sono e obesidade.
Publicado na Moema em Revista/ edição de outubro

PODER DOS HERMANOS

Legendários, os charutos cubanos ainda são os preferidos

Chegar a um cigar bar, sentar em uma daquelas poltronas confortáveis, tomar um conhaque e acender um bom charuto faz qualquer apreciador desse ritual terminar o dia com chave de ouro. Mas a escolha do tipo ideal de charuto é o que vai determinar o sucesso da noite. Por incrível que pareça, os lendários cubanos ainda são os preferidos entre os que entendem dessa arte de baforar.

Os estilos são incontáveis. Existem longos, curtos, pontudos, arredondados e de bitolas maiores ou bem finas. Cada detalhe determina o sabor, a concentração ou a suavidade do charuto. As anilhas (ou selos) que mostram a marca também são inúmeras. Mas, em uma prateleira repleta de peças da Nicarágua, Brasil e República Dominicana, os amigos inseparáveis de líderes como Che Guevara e Fidel Castro se sobressaem. Entre eles, Partagas, Hoyo de Monterey, Romeu y Julieta e, claro, Cohiba – o mais lembrado e caro charuto cubano.

A brincadeira de degustar o charuto entre amigos custa caro. A unidade de um clássico Cohiba pode chegar a 200 reais. Já edições de quantidade limitada, feitas com reservas especiais de tabaco, alcançam um valor inestimável – em alguns casos, cada charuto chega a 800 reais. Definitivamente, o prazer de saborear um bom charuto é para poucos.

Raio X de um bom charuto

Fabricação –
é feito inteiramente de folhas de tabaco de modo artesanal e a qualidade fica estabelecida a partir da fabricação. Há três tipos de classificação de acordo com o miolo do charuto: short filler, menos valorizado (folhas picadas mecanicamente); medium filler (folhas menores ou cortadas); e long filler, mais valorizado (folhas inteiras).
Bland – a receita do charuto, a composição das folhas. A tradição dos cubanos é devido ao bland que nunca muda.
Bitola – diâmetro do charuto, que determina o gosto suave ou mais forte. Entre os vários tipos, robusto, chunchile, petit, pirâmide e torpedo.
Corte – feito com tesouras especiais, furador ou guilhotina, deve ser completamente reto. Em bitolas do tipo pirâmide ou torpedo, por causa do formato pontudo, é possível determinar o fluxo da baforada com a posição do corte: quanto mais na ponta, mais forte.
Fogo – charutos devem ser acesos de maneira uniforme com fósforo, folha de cedro, isqueiros BIC ou tipo maçarico.
Duração – cada tipo tem um tempo de queima diferente, variando de 30 minutos a duas horas.
Ambiente – o charuto precisa estar sempre no ponto certo. Para isso, é necessário armazená-lo em uma sala com temperatura e umidade controladas.

TOP 10 Long Filler
1. Cohiba (Cuba)
2. Partagas (Cuba)
3. Monte Cristo (Cuba)
4. Hoyo de Monterey (Cuba)
5. Romeu y Julieta (Cuba)
6. Vegas Robaina (Cuba)
7. H Upmann (Cuba)
8. Davidoff (República Dominicana)
9. Macanudo (República Dominicana)10. Dannimann Artist Line (Brasil)
Publicado na Moema em Revista/ edição de agosto

VOLTA TRIUNFAL DO SAMBA-ROCK

O ritmo que não deixa ninguém parado toma conta das pistas depois de 30 anos de esquecimento


Letras inocentes, refrões que grudam na memória e um ritmo cheio de gingado, bossa e um toque de rock’n’roll. Assim pode-se definir o samba-rock, estilo que tomou conta de festas, baladas e caiu no gosto popular. A mania pelo samba-rock parece uma novidade para os mais jovens, mas a verdade é que essa idéia apareceu no fim dos anos 50.

A mistura do samba com o rock aconteceu a primeira vez em 1959, numa parceria entre Almira Castilho e Jackson do Pandeiro, com a clássica música Chiclete com Banana. Porém, o samba-rock que conhecemos hoje se concretizou mesmo na voz de Jorge Ben, cerca de dez anos depois. Juntamente com o Trio Mocotó, o cantor conseguiu harmonizar o violão elétrico com a levada de percussão, características vitais do ritmo que aparecem nos discos Jorge Ben e Força Bruta.

Mas a questão que fica é por que o samba-rock voltou às pistas depois de quase três décadas sem embalar uma festinha qualquer? A resposta está na moda e no design que trouxeram de volta tendências dos anos 70. Com isso, a música também fez renascer canções imortais da trash década de 80 e agora mostra que o samba-rock também pode deixar a sua marca.

Uma mostra disso é a presença do ritmo nos circuitos mais descolados e a formação de novos artistas que baseiam todo o repertório no samba-rock, como Paula Lima (ex-integrante do grupo Funk Como Le Gusta), Farufyno, Farofa Carioca, Sambasonics e Aline Muniz. Isso sem falar de clássicos que voltaram à ativa, como Trio Mocotó e até mesmo Mutantes. A banda, que se reorganizou com Zélia Duncan, embala raves inglesas ao som de Bat-Macumba.


Publicado na Moema em Revista/edição de novembro